“Uma
vida sem sustos. É o que desejo pra mim. Não estou dizendo uma vida sem
decepções, frustrações ou êxtases: sem sustos apenas. Quero aceitar a potência
dos meus sentimentos e não ficar embaraçada diante de reações incomuns. Poder
receber uma ventania de pé, mesmo que ela me desloque de onde eu estava. De pé,
mesmo com medo.”
Mais um ano de história, mais um
ano de vida, de alegria, de amor, de luta, de preguiça, de mudança, de amor.
Mas principalmente mais um ano completamente diferente do que eu imaginei,
pensei, planejei.
A gente cresce e
aparece com um plano traçado, seja no papel seja escondido no fundo mais escuro
da cabeça. Quando eu crescer vou ser assim, vou fazer isso, vou morar naquele
lugar e passar a vida com essa pessoa (ou sem pessoa nenhuma).
Aí a gente muda, de
lugar, de pessoa, de roupa, de ideia, de plano, de gosto. Resolve provar um
sorvete novo, mudar o caminho do trabalho, a cor do vestido. E dá certo. Dá
errado. Dá merda. Dá maravilha. O caminho fica tortuoso, em zigue-zague. A
cabeça aumenta cada vez mais a pasta do “e se, quem sabe, talvez”.
E em momentos como
esse em que me encontro (parabéns pra mim, que dia feliz)é inevitável se fazer
aquela pergunta: estou aonde eu achei/sonhei/almejei que estaria nessa idade?
Não, nem perto, nem
vendo de longe. Mas também é hora de celebrar como o zigue-zague do caminho
me levaram por ventos, lugares e pessoas que me tornaram melhor, mais íntegra,
mais forte, mais humana, mas eu. Eu assim, de verdade, com todas as marcas que
os erros, acertos, cagadas e paradas trouxeram. Eu, eu mesma.